A ISO é uma entidade não governamental, formada por mais de 160 países, com sede na Suíça. É responsável pela padronização de normas internacionais podendo ser implementada em organizações de qualquer tipo e porte. Dentre as normas publicadas está a ISO 14001, que se encontra em sua terceira edição e tem como principal objetivo auxiliar as empresas a identificar e gerenciar impactos ambientais, reduzir a poluição gerada e proteger o meio ambiente.
Para obter o certificado da ISO, a empresa deve atender aos requisitos estabelecidos pela norma e às legislações ambientais aplicáveis, bem como a outros requisitos subscritos e aos procedimentos estabelecidos pela própria organização. Posteriormente, deverá ser contratado um organismo certificador acreditado para conduzir auditoria com foco no levantamento das conformidades do seu sistema de gestão. Ao final da auditoria, a empresa recebe a recomendação à certificação ISO e, em seguida, o certificado com validade de três anos, com verificações periódicas, do seu sistema de gestão ambiental.
Os benefícios são múltiplos com a implementação e certificação da ISO 14001, com destaque para a redução de sansões penais pelos órgãos competentes, acessos a novos mercados, melhora da imagem da empresa, redução da utilização dos recursos naturais e promoção da conscientização dentro e fora da organização. É preciso levar em consideração, porém, que implementar um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) nas organizações não é uma tarefa fácil, principalmente quando há resistência às mudanças e falta de conhecimento dos colaboradores, que nem sempre entendem o que é um SGA.
Esses e outros fatores acabam contribuindo para que existam diversos erros no sistema. Com base nisso, apresentaremos, a seguir, sete dos principais erros cometidos pelas organizações durante o processo de implementação e manutenção da norma ABNT NBR ISO 14001:2015.
Sumário
1º Erro – Falta de Definição de Responsabilidades e Autoridades
Definir que a responsabilidade e autoridade do Sistema de Gestão Ambiental é somente do profissional do setor de meio ambiente, não assegurando o envolvimento de outras áreas na elaboração e manutenção do SGA. Essa definição parte da alta direção ou do gestor que, muitas vezes, não dá a devida importância para um Sistema de Gestão Ambiental eficaz, minimizando assim as oportunidades de melhoria e disponibilização de recursos.
2º Erro – Culpar Pessoas
Culpar pessoas pelas não conformidades identificadas em auditorias de primeira, segunda e/ou terceira parte ou até em situações rotineiras e não rotineiras, sem, ao menos, realizar uma análise detalhada da causa, aprendendo com os erros encontrados de modo que não se repitam no futuro, evitando custos desnecessários, retrabalhos e atraso no processo de certificação.
3º Erro – Falta de Cumprimento das Legislações
Não cumprir as legislações ambientais – no âmbito municipal, estadual e federal – por achar que os requisitos são burocráticos, de alto custo de atendimento, que não há fiscalizações de forma efetiva e, principalmente, por achar que os concorrentes não cumprem os requisitos legais.
4º Erro – Excesso de Indicadores
Definir indicadores e metas ambientais em excesso, que não refletem o desempenho ambiental pretendido e nem são compatíveis com a política de meio ambiente, direcionamento estratégico e contexto da organização.
5º Erro – Falta de Conscientização Ambiental
Não trabalhar continuamente a conscientização ambiental com todos os trabalhadores contratados e terceiros que atuam em nome da organização. A falta de entendimento dos profissionais sobre o Sistema de Gestão Ambiental pode acarretar inúmeras não conformidades, retrabalhos e custos não planejados.
6º Erro – Falta de Planejamento da Auditoria Interna
Realizar auditoria interna muito próxima das datas de auditoria de certificação ou de manutenção do Sistema de Gestão Ambiental, não tendo tempo hábil para tratativa das não conformidades e recomendações mencionadas no relatório de auditoria, podendo comprometer o resultado da certificação ou manutenção do SGA.
7º Erro – Burocratizar o Sistema de Gestão
Excesso da palavra “deve” estabelecidas nos procedimentos ou documentos que contenham informações em duplicidades podem engessar e amarrar o sistema de gestão ambiental, de modo a não enxergar novas oportunidades de melhoria e criar uma resistência entre os setores por considerar a norma burocrática.
Conclusão
Com isso, podemos concluir que, entre os aspectos de maior relevância para garantir o sucesso da implementação e/ou manutenção do SGA está a alocação de tempo e recursos dos setores envolvidos no processo de certificação. Esse fator é determinante para que a implantação seja realizada com êxito e, portanto, é essencial que os profissionais estejam engajados e executem as atividades requeridas dentro dos prazos previstos. Além disso, também é de suma importância manter avaliações periódicas durante a implementação do Sistema de Gestão Ambiental, de modo a identificar os erros previamente apresentados e outros que possam surgir, com o intuito de não comprometer o andamento e o resultado do projeto.
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