Como se sabe, a água tem sido um recurso cada vez mais escasso em nosso planeta. Existem informações de que a falta de água já assola cerca de 40% da população mundial e a tendência é que este número cresça ainda mais com o passar dos anos.
Assim, verifica-se a urgente necessidade de racionalizar de maneira eficiente esse recurso indispensável para a sobrevivência humana. Pensando nisso, uma das alternativas frequentemente adotadas em grandes empresas é a captação e o reaproveitamento das águas da chuva.
A captação de água da chuva é uma maneira consciente e sustentável que as empresas encontraram para evitar o desperdício deste recurso durante alguns processos industriais e que está produzindo resultados positivos em termos de economia.
No entanto, a captação e reaproveitamento de águas pluviais não devem ser feitos de qualquer maneira e, inclusive, tem sido alvo de legislações brasileiras, bem como de fiscalização ambiental.
Sumário
Como realizar a captação de águas pluviais?
A maneira mais utilizada para a captação de água da chuva é por meio da utilização de cisternas, que se trata de uma construção abaixo do nível da terra para fins de servir como reservatório de água.
Através de encanamentos construídos para este fim, a água da chuva é conduzida até um filtro, que terá o papel de retirar as impurezas grosseiras existentes na água, como terra, folhas e galhos. Após passar por este filtro, a água desce para a cisterna, onde ficará armazenada até ser utilizada.
Por fim, uma bomba existente dentro da cisterna pode direcionar aquela água para o local em que a empresa desejar, bastando utilizar a ligação por canos.
A NBR 10844 fixa as exigências necessárias aos projetos de instalação de drenagem de águas pluviais, visando garantir níveis aceitáveis de funcionalidade, segurança, higiene, conforto, durabilidade e economia.
Assim, recomenda-se que seja contratada uma empresa especialista na área de construção de reservatórios d’água, a fim de que o sistema de captação de águas pluviais traga ainda mais vantagens à empresa e ao meio ambiente.
A água captada pode ser utilizada em qualquer processo dentro da empresa?
Para fins de reutilização da água da chuva é importante considerar a qualidade da água que é coletada e os fins em que será aplicada.
A água da chuva não é considerada potável, pois ao entrar em contato com a atmosfera, pode ser infectada por fuligens e até por amônio, sulfato e nitrato. Substâncias essas que poderiam causar danos sérios ao organismo humano.
Por esse motivo recomenda-se que as águas pluviais captadas sejam reaproveitadas apenas para fins que não exigem a nobreza deste recurso.
Segundo consta na NBR 15527/2019, que dispõe sobre o aproveitamento de águas pluviais para fins não potáveis, este tipo de água pode ser utilizado nas seguintes situações:
- Descargas em bacias sanitárias;
- Irrigação de gramados e plantas ornamentais;
- Lavagem de veículos;
- Limpeza de calçadas e ruas;
- Limpeza de pátios;
- Uso em processos industriais.
Como processos industriais, podem ser citados a limpeza de equipamentos, alimentação de caldeiras, refrigeração, geração de vapor, matéria-prima, utilização como fluido auxiliar, geração de energia, entre outros.
Quais as vantagens de se realizar captação e uso de águas pluviais?
Além de ser uma atitude ecologicamente correta, que poupa um recurso indispensável a nossa sobrevivência e que está cada vez mais escasso no planeta, quais as outras vantagens embutidas no ato de captar e utilizar água da chuva? Vejamos:
- É um sistema de fácil e barata instalação que não ocupa grandes espaços na propriedade;
- Auxilia no combate às enchentes causadas pelo volume de chuvas em certas épocas do ano;
- Traz uma economia de até 50% nas contas de água das empresas;
E a água da chuva que não for captada, deve ser descartada de que maneira?
As águas pluviais que passam por uma empresa e que não são captadas, podem entrar em contato com substâncias e resíduos originários do processo produtivo e, em razão disso, passam a ser vistas como efluentes industriais, tendo em vista que passam a apresentar parâmetros qualitativos que se diferem de um esgoto comum.
Em razão disso, existe a necessidade de a empresa possuir um sistema de escoamento de águas pluviais diferente daquele de onde escoa o esgoto comum.
Este sistema de escoamento independente deve conduzir a água pluvial a um local isolado, diferente de rios ou lagos. Isso porque, despejar esta água contaminada diretamente em organismos aquáticos naturais levaria a contaminação indevida do local.
Enquanto isso, o lançamento de águas pluviais juntamente com o esgoto comum poderia causar a inundação dos organismos aquáticos de destino, que não estão preparados para receber esta grande quantidade de água.
No estado de São Paulo, o Governo Estadual se encarregou de elaborar e publicar o Decreto nº 5916, de 13 de março de 1975, que dispõe sobre a promoção, preservação e recuperação da saúde no campo da Secretaria de Estado de Saúde, que determina no artigo 13 que “é expressamente proibida a introdução direta ou indireta de águas pluviais nos ramais domiciliares de esgotos sanitários”.
E, segundo este decreto, o estabelecimento ou residência que descumprir esta regra, arcará com uma multa igual a um terço a três vezes o salário mínimo vigente, a depender dos danos causados pela infração.
Conclusão
A reutilização de águas pluviais pode ser uma alternativa preciosa para a racionalização da água. Porém muitas empresas ainda desconhecem essa alternativa ou imaginam ser um empreendimento que depende de um gasto econômico muito alto para ser implantado.
No entanto, como foi informado em linhas anteriores, a implantação de um sistema de capação da água da chuva não gera grandes custos e ainda traz benefícios econômicos para a empresa, como a redução da conta de água.
Além disso, ao utilizar-se deste recurso, a empresa passa uma imagem à sociedade de ecologicamente correta, o que se trata de um ponto positivo para os negócios.
Mas não podemos esquecer do principal: reutiliza água da chuva é um ato de amor para com a natureza, que vem sofrendo tanto na mão dos homens. Uma sociedade sem água é uma sociedade morta. Por isso é indispensável começarmos a tomar atitudes hábeis a salvar este recurso.
O AmbLegis possibilita o levantamento de todas as leis aplicáveis aos negócios e projetos de sua empresa, podendo auxiliá-la na construção de um sistema de captação de água de acordo com os parâmetros determinados pela lei e tornando, consequentemente, esse sistema ainda mais eficiente. Conheça mais sobre o AmbLegis.
Deste modo, ganha a empresa, ganha a natureza e ganha a sociedade.
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