Muitas pessoas deixam de fazer o gerenciamento dos resíduos alimentares corretamente, por acreditarem que este tipo de resíduo se decompõe rapidamente no meio ambiente, não lhe causando qualquer dano, devido ao seu caráter orgânico apresentado por grande parte destes resíduos.
No entanto, não é bem assim que funciona!
Assim como nos preocupamos com plásticos, metais, papéis, e outros tipos de lixo, também devemos nos preocupar com os resíduos alimentares.
Sumário
Vamos falar sobre quantidade. Você sabe quantas toneladas de resíduos alimentares são produzidos por dia?
Nunca parou para pensar, não é mesmo?
Então, vamos pensar o seguinte: um restaurante de uma indústria, que faz almoço diariamente para 500 funcionários. O alimento manipulado e servido no local passa por, no mínimo, quatro etapas:
1ª Etapa: Recebimento dos alimentos enviados pelos fornecedores.
Nesta etapa é feita a triagem de alimentos, e descartados aqueles que estão passados ou que não atendem aos padrões de qualidade exigidos. Assim, são gerados quilos (ou até toneladas) de resíduos de alimentos amassados, podres, folhagens, carnes mal refrigeradas etc.
2º Etapa: Pré-preparo do alimento
Etapa que envolve lavar, descascar, cortar e desinfeccionar o alimento. Neste momento, muitos aparos e pedaços não comestíveis do alimento são descartadas (talos, gordura, cascas, sementes, grãos, ossos, etc).
3º Etapa: Preparo e cocção
Nesta fase, os alimentos são cozidos e preparados para serem servidos ao consumidor final. Aqui, nota-se a geração de resíduos como óleo, restos que ficam no fundo das panelas, fôrmas e demais utensílios. Sem contar os alimentos que acabam caindo no chão e não podem mais serem consumidos.
4º Etapa: Distribuição do alimento pronto
Momento em que o alimento é colocado à disposição de quem vai consumi-lo. Neste momento, são gerados dois tipos de resíduos alimentares: as sobras limpas, que são aquelas que permanecem nos bufês e não são consumidas, mas que acabam sendo contaminadas após o contato do consumidor, através da respiração, fala e movimentação sobre o alimento; e as sobras chamadas restos-indigestos, que são os restos provenientes do prato do consumidor.
Através desta análise de etapas que ocorre diariamente nas dependências de uma cozinha industrial, dá para se ter uma ideia das toneladas de resíduos de alimentos que são produzidos todos os dias no país. E, diga-se de passagem, obviamente esta realidade também ocorre nos bares, restaurantes e lanchonetes de rua que manipulam e comercializam produtos do gênero alimentício.
E, falando de estatísticas concretas, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, dirigido pelo Ministério do Meio Ambiente, divulgou que anualmente, o país produz cerca de 800 milhões de resíduo orgânico, estando entre eles o descarte de resíduos de alimentos, como o mais significativo.
Mas todo esse resíduo de alimentos, em tese, é decomposto rapidamente no solo. Então, quais impactos estes resíduos têm no meio ambiente?
Por ser de natureza orgânica, a decomposição do resíduo de alimentos produz um fenômeno químico denominada “degradação anaeróbia”, que nada mais é que as bactérias digerindo aquele lixo em local onde a presença de oxigênio gasoso é escassa.
Este fenômeno químico contribui para a geração de metanol, que é extremamente tóxico para a saúde ambiental e humana, além de contribuir para o aquecimento global em razão de sua grande liberação para a atmosfera. Também se vê que, da degradação anaeróbia é gerado o chorume, que é aquele líquido preto, de odor desagradável que sai do lixo e que causa grandes impactos no solo, como diminuição de sua vida útil e alta probabilidade de contaminação dos lençóis freáticos e de águas superficiais.
Verifica-se ainda que a grande quantidade de resíduos de alimentos produzidas diariamente sobrecarregam os lixões e aterros sanitários municipais, e causam o aumento da proliferação de pragas urbanas como baratas, ratos e outros animais que transmitem doenças ao homem.
Mas afinal, como deve ser feito o correto gerenciamento dos resíduos de alimentos?
Primeiramente, deve haver a correta separação e acondicionamento deste tipo de resíduos dos demais. Isolar este tipo de resíduos dos demais, auxilia para que sua destinação seja a mais correta possível. Além do mais, se acoplados sem separação adequada, a grande umidade apresentada pelos resíduos de alimentos pode prejudicar a reciclagem de muitos resíduos, como o papel e o papelão, que deixarão de ser lixos atraentes para os recicladores.
Assim, uma vez separados e acondicionados de maneira correta, aos resíduos de alimentos podem ser dadas as seguintes destinações:
– Incineração
Custo: Alto
Vantagem: É excelente do ponto de vista sanitários, tendo em vista que o lixo incinerado deixa de ocupar espaço em aterros sanitários.
Desvantagens: Se não realizada de maneira sustentável, a incineração pode liberar gases perigosos para a atmosfera.
– Aterro Sanitário
Custo: Baixo
Vantagem: é a forma de descarte mais aceita para os resíduos alimentares, tanto nos aspectos sociais, quanto nos aspectos legais.
Desvantagens: A decomposição de alimentos em aterro sanitário gera gases tóxicos ao solo e à atmosfera. Por esta razão, é de indispensável importância que os municípios e órgãos ambientais tomem providências para minimizar estes impactos negativos, como a correta impermeabilização do solo no local, e outras precauções.
– Compostagem
Custo: Baixo
Vantagem: Trata-se de método simples, e totalmente apoiado e autorizado pela Legislação brasileira (Lei 12.305/10 – Política Nacional dos Resíduos Sólidos. É sustentável e hábil a minimizar diversas complicações ambientais, já que os resíduos, após passarem por etapas rigorosas de controle, são reaproveitados, e deixam de ocupar espaço e prejudicar o meio ambiente em lixões e aterros sanitários.
Desvantagens: pode causar salinidade no solo caso não seja realizada de maneira correta e responsável.
Assim, das três opções de destinação, nota-se que a compostagem é a mais indicada quando o assunto é destinação ambientalmente responsável. Por isso, atualmente, muitas empresas destinam seus resíduos orgânicos para empresas terceirizadas que realizam a compostagem, atitude que, além de proteger o meio ambiente, também gera renda e oportunidades dentro destas empresas de tratamentos de resíduos.
Por isso, nossa dica de hoje é que, caso sua empresa ou indústria gere resíduos orgânicos, como restos alimentares, faça a destinação correta: contrate uma empresa terceirizada e especialista em compostagem.
Por fim, caso a alimentação dos funcionários de sua empresa provenha de restaurantes terceirizados, é válido que estes terceiros também sejam fiscalizados, e cobrados para que os resíduos orgânicos produzidos em seus processos sejam destinados corretamente.
Desta forma, além de proteger o meio ambiente, sua empresa ganha um status de ambientalmente correta e socialmente responsável no mercado econômico, fatores que abrirão muitas portas para seus negócios!
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