A Norma Regulamentadora 1 (NR-1) estabelece as diretrizes para o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), e o capítulo 1.5.4 detalha o processo de identificação de perigos e avaliação de riscos ocupacionais.
A identificação de perigos e avaliação de riscos ocupacionais constitui a base de qualquer sistema eficaz de Segurança e Saúde no Trabalho (SST). Este processo, regulamentado pela NR-1, é essencial para empresas que buscam:
✔ Cumprir exigências legais e evitar penalidades
✔ Prevenir acidentes e doenças ocupacionais
✔ Otimizar processos produtivos com segurança
✔ Proteger o capital humano da organização
A NR-1.5.4 estabelece requisitos específicos para o processo de identificação de perigos e avaliação de riscos que muitas empresas ainda não implementaram corretamente. As consequências dessa lacuna incluem:
- Exposição a multas e autuações trabalhistas
- Aumento de sinistralidade e custos com afastamentos
- Perda de produtividade devido a ambientes inseguros
Este artigo explora em profundidade esse processo, oferecendo um guia completo para profissionais e organizações que buscam a excelência na gestão de riscos ocupacionais e a conformidade com a NR-1.
O Que é Identificação de Perigos e Avaliação de Riscos Ocupacionais?
O processo de identificação de perigos e avaliação de riscos ocupacionais é parte essencial do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) descrito na Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1). Esse processo envolve a busca, reconhecimento e descrição de elementos ou situações que podem causar lesões ou agravos à saúde dos trabalhadores. Além disso, inclui a avaliação contínua e sistemática dos níveis de risco associados a esses perigos, classificando-os e determinando a necessidade de medidas preventivas
A identificação de perigos é a etapa fundamental para a avaliação de riscos ocupacionais. Envolve a detecção de todas as fontes de possíveis lesões ou agravos à saúde no ambiente de trabalho.
Já a avaliação de riscos consiste em analisar a probabilidade e a severidade dessas lesões ou agravos, permitindo classificar os riscos e priorizar as medidas de prevenção.
Definições Técnicas Conforme a Legislação
Perigo: Fonte, situação ou ato com potencial para causar danos (lesões, doenças ou outros prejuízos à saúde)
Risco Ocupacional: Combinação da probabilidade de ocorrência e da severidade de uma lesão ou doença decorrente da exposição ao perigo
Componentes Essenciais do Processo
Etapa | Objetivo | Métodos Aplicáveis |
---|---|---|
Identificação de Perigos | Detectar fontes de dano potencial | Inspeções, APR, HAZOP |
Avaliação de Riscos | Quantificar impacto e probabilidade | Matriz de risco, FMEA |
Classificação | Priorizar ações corretivas | Critérios NR-1 |
NR 1: Como Realizar a Identificação de Perigos
A identificação de perigos é um processo de análise do ambiente de trabalho e avaliação das atividades realizadas pelos trabalhadores. O objetivo é descrever perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde dos trabalhadores. Esse processo de identificação de perigos precisa ser abrangente e deve incluir:
- Descrição dos perigos:
- Detalhar a natureza do perigo
- Descrever os eventos perigosos ou incidentes
- Descrever as exposições a agentes nocivos
- Descrever as lesões correspondentes, adicionando as mais críticas
- Fontes e circunstâncias:
- Identificar a origem do perigo
- Identificar as causas ou os fatores determinantes dos eventos
- Identificar as condições que podem desencadear lesões
- Grupos de trabalhadores expostos:
- Indicar os trabalhadores expostos
- Indicar quais as condições de exposição
- Mapear os trabalhadores que podem ser afetados pelo perigo
Metodologia para identificação Perigos conforme a NR 1
A fase de identificação de perigos exige metodologia estruturada para garantir a detecção completa de todas as fontes de risco potencial. Conforme a NR-1.5.4.3, este processo deve considerar:
- Inspeções no local de trabalho: Observar as condições de trabalho e identificar possíveis perigos.
- Análise de documentos: Revisar relatórios de acidentes, laudos técnicos e outros documentos relevantes.
- Entrevistas com trabalhadores: Coletar informações sobre os riscos percebidos pelos trabalhadores.
- Checklists: Utilizar listas de verificação para garantir que todos os perigos sejam considerados.
NR 1: Fator de Risco Ocupacional
Um fator de risco ocupacional é qualquer condição ou situação no ambiente de trabalho que possa causar lesões ou agravos à saúde. Isso inclui agentes físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais.
- Fatores de risco físicos: são condições ambientais ou agentes que podem causar danos ao corpo humano. Como: Ruídos, Vibrações, Temperaturas extremas, Iluminação inadequada.
- Fatores de risco químicos são substâncias, produtos e compostos que podem causar danos à saúde, como irritações, doenças e câncer. Como: Gases tóxicos, Solventes, Metais pesados, Poeiras, Fumos, Névoas, Neblinas, Vapores
- Fatores de risco biológicos são micro-organismos que podem causar doenças, como vírus, bactérias, protozoários, fungos e parasitas. Como: Bactérias, Vírus, Fungos, Protozoários.
- Fatores de risco ergonômicos são elementos no ambiente de trabalho que podem causar danos à saúde dos trabalhadores. Eles estão relacionados à postura, aos movimentos repetitivos, ao esforço físico e à organização do espaço. Como: Cadeiras com péssima ergonomia, Esforço físico intenso, Postura inadequada, Jornadas prolongadas.
- Fatores de risco psicossociais são condições que podem afetar negativamente a saúde e o bem-estar dos trabalhadores. Eles estão relacionados à organização do trabalho e às interações interpessoais. Como: Metas excessivas, Assédio moral, Pressão por resultados, Insegurança no emprego e Conflitos interpessoais
NR 1: Avaliação de Riscos Ocupacionais
A avaliação de riscos ocupacionais constitui a etapa crítica do processo de gestão de SST, onde se quantifica e qualifica os perigos identificados. Conforme a NR-1.5.4.4, esta avaliação deve:
✔ Ser documentada formalmente
✔ Considerar severidade e probabilidade
✔ Utilizar métodos adequados a cada tipo de risco
✔ Gerar inputs para o plano de ação
Determinação da Severidade de Risco
No processo de avaliação de riscos ocupacionais, a metodologia para análise da severidade deve avaliar a gravidade das possíveis consequências de acordo com a tabela abaixo:
Nível | Impacto Potencial | Exemplo |
---|---|---|
1 | Leve | Irritação ocular temporária |
2 | Moderado | Corte superficial |
3 | Grave | Fratura exposta |
4 | Muito grave | Perda auditiva permanente |
5 | Catastrófico | Óbito |
Regra áurea: Sempre considerar a consequência de maior magnitude (NR 1.5.4.4.4.1)
Cálculo da Probabilidade de Risco
No processo de avaliação de riscos ocupacionais, a metodologia para análise da probabilidade deve estimar a chance de ocorrência de lesões ou agravos à saúde dos trabalhadores. Para isso, existem fatores determinantes como:
- Frequência de exposição
- Eficácia dos controles existentes
- Histórico de ocorrências
Escala recomendada:
Nível | Probabilidade | % de chance |
---|---|---|
1 | Improvável | < 1% |
2 | Remota | 1% a 10% |
3 | Possível | 10% a 50% |
4 | Provável | 50% a 90% |
5 | Quase certa | > 90% |
Como é realizada a avaliação de riscos:
- Ferramentas e técnicas: Utilizar métodos como a Análise Preliminar de Riscos (APR), Análise de Modos de Falha e Efeitos (FMEA) e outras técnicas adequadas ao tipo de risco.
- Critérios de gradação: Definir critérios claros para classificar a probabilidade e a severidade.
- Matriz de riscos: Utilizar uma matriz para visualizar e classificar os riscos de forma sistemática.
Matriz de Risco NR-1
A classificação dos riscos ocupacionais é essencial para priorizar as medidas de prevenção. Os riscos podem ser classificados de acordo com sua gravidade e probabilidade, resultando em diferentes níveis de risco. De acordo com a Fórmula de Nível de Risco aplicável:
Nível de Risco = Severidade x Probabilidade
Classificação de Riscos resultante:
Pontuação | Classificação | Ação Requerida |
---|---|---|
1-3 | Risco Baixo | Monitoramento |
4-6 | Risco Moderado | Controle em 6 meses |
8-12 | Risco Alto | Controle em 30 dias |
15-25 | Risco Intolerável | Paralisação imediata |
NR 1: Atualização do Inventário de Riscos
O inventário de riscos é um documento dinâmico que deve ser atualizado regularmente para refletir as mudanças no ambiente de trabalho.
Atualização do inventário de riscos:
- Revisão periódica: Realizar revisões periódicas do inventário para garantir que ele esteja atualizado.
- Registro de mudanças: Registrar todas as mudanças no inventário, incluindo a data e o motivo da mudança.
- Comunicação: Comunicar as mudanças no inventário aos trabalhadores e outras partes interessadas.

Diferenciais do AmbLegis
Gestão
Automatizada
Sistema simples, fácil e seguro. Com usuários ilimitados
Suporte
Multidisciplinar
Suporte ilimitado com especialistas técnicos e jurídicos
Verificação da
Conformidade
Com emissão de relatórios para evidenciar durante as auditorias
FAQs - Dúvidas Frequentes
Como a NR-1 define o processo de identificação de perigos?
A NR-1 define o processo de identificação de perigos como a etapa que inclui a descrição dos perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde, a identificação das fontes e/ou circunstâncias, e a indicação do grupo de trabalhadores sujeitos ao perigo. A norma enfatiza a importância de uma identificação abrangente e detalhada dos perigos no ambiente de trabalho.
O que é a avaliação de riscos ocupacionais segundo a NR-1?
A avaliação de riscos ocupacionais, conforme a NR-1, é o processo de avaliar os riscos relativos aos perigos identificados, de forma a manter informações para adoção de medidas de prevenção. Isso envolve determinar o nível de risco ocupacional, considerando a severidade das possíveis lesões ou agravos à saúde e a probabilidade de sua ocorrência.
Como é feita a avaliação de riscos ocupacionais?
A avaliação combina severidade (gravidade do possível dano) e probabilidade (chance de ocorrência). Usa-se uma matriz de risco para classificar os níveis (baixo, médio, alto, intolerável) e definir prioridades de ação.
Quais são os critérios para a avaliação de riscos ocupacionais de acordo com a NR-1?
A NR-1 estabelece que a avaliação de riscos ocupacionais deve considerar a severidade das possíveis lesões ou agravos à saúde e a probabilidade de sua ocorrência. A organização deve detalhar em documento os critérios das gradações de severidade e de probabilidade, os níveis de risco, os critérios de classificação de riscos e de tomada de decisão utilizados no gerenciamento de riscos ocupacionais.
Como classificar os riscos ocupacionais de acordo com a NR-1?
Após a determinação dos níveis de risco, os riscos ocupacionais devem ser classificados para fins de identificar a necessidade de adoção ou manutenção de medidas de prevenção e elaboração do plano de ação. A NR-1 não define uma classificação específica, mas orienta que a classificação seja feita para orientar as medidas de prevenção.
Quais são as mudanças na NR-1 que impactam a identificação e avaliação de riscos?
A Portaria MTE nº 1.419, de 27 de agosto de 2024, promoveu mudanças na NR-1 que entraram em vigor em 26 de maio de 2025. Essas mudanças incluem a inclusão de novos conceitos, revisão de definições e alterações nos prazos para revisão da avaliação de riscos, o que impacta diretamente o processo de identificação e avaliação de riscos ocupacionais.
Qual a importância do inventário de riscos no contexto da NR-1?
O inventário de riscos é um documento integrante do PGR que consolida os dados da identificação dos perigos e das avaliações dos riscos ocupacionais. Ele é fundamental para a gestão da segurança e saúde no trabalho, pois fornece informações detalhadas sobre os riscos existentes no ambiente de trabalho, orientando as medidas de prevenção.
Como classificar os riscos de acordo com sua gravidade?
Os riscos são classificados em:
- Intoleráveis (exigem ação imediata)
- Altos (controle em até 30 dias)
- Moderados (controle em 6 meses)
- Baixos (monitoramento contínuo)
Quando a avaliação de riscos deve ser atualizada?
A NR-1 exige revisão:
- A cada 2 anos (3 anos para empresas certificadas)
- Após mudanças nos processos
- Após acidentes graves
- Por solicitação da CIPA
A NR-1 exige documentação da avaliação de riscos?
Sim! É obrigatório registrar:
- Critérios de classificação
- Ferramentas utilizadas
- Resultados e ações tomadas
- Datas de revisão
Como o AmbLegis pode me ajudar?
O AmbLegis é um sistema de gestão de requisitos legais que oferece uma variedade de recursos para ajudar as empresas a garantir conformidade com as leis e regulamentos aplicáveis. Com o AmbLegis, você pode automatizar tarefas, monitorar o cumprimento das normas, gerar relatórios e indicadores de desempenho, facilitar auditorias de conformidade e muito mais. Além disso, o AmbLegis oferece suporte personalizado e treinamento para garantir que você aproveite ao máximo o sistema.
- Automatizando processos manuais e repetitivos.
- Monitore o cumprimento das normas e gere relatórios.
- Fornecendo acesso rápido e fácil a informações legais relevantes.
- Permitindo o monitoramento contínuo do cumprimento das leis e regulamentos.
- Facilitando a identificação e mitigação de riscos legais.
- Melhorando a tomada de decisões e a responsabilidade corporativa.
- Facilite auditorias de conformidade
- Obtenha suporte multidisciplinar personalizado.

Sistema de Gestão de Requisitos Legais para Conquistar as Certificação ISO, FSSC, SASSMAQ e ESG
As ferramentas e automações do sistema AmbLegis atendem 100% das exigências dos requisitos legais das principais certificações ISO, FSSC, SASSMAQ e ESG, garantindo todo o processo de conformidade legal do início ao fim.










Por que você deve confiar no Sistema AmbLegis para gerenciar os requisitos legais aplicáveis ao seu negócio?
Plataforma Fácil e Eficaz
O sistema gerencia todas as etapas e rotinas do atendimento legal, de modo muito simples e efetivo
Agilidade no Processo
O sistema dispõe de ferramentas para controlar a rotina legal, alertar e acompanhar os resultados
Suporte Completo
equipe de profissionais especializada e dedicada, 100% online e disponível para responder suas dúvidas